Transtorno de Processamento Sensorial. Reclamar da luz, do som ou de odores, ter dificuldade para identificar letras, formas e cores semelhantes, ser exigente com o tipo de comida que quer consumir, assim como apresentar resistência ao contato físico.

Para muitos, crianças com estes tipos de características poderiam ser julgadas como mimadas ou sem educação. Mas você já parou para pensar que ela pode ter algum tipo de distúrbio neurológico?

Continue acompanhando este artigo para saber mais sobre o Transtorno de Processamento Sensorial e entender o que você pode fazer para ajudar uma criança com este tipo de diagnóstico.

O Que É o Transtorno de Processamento Sensorial?

O Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) se trata de uma condição em que, tanto o cérebro, quanto o sistema nervoso apresentam dificuldades para processar estímulos do ambiente e os sentidos. E, apesar de ser comumente confundido com o Autismo, o TPS é um distúrbio distinto, que pode ou não, afetar pacientes diagnosticados com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Sintomas do Transtorno de Processamento Sensorial

Esse tipo de condição neurológica é caracterizado por:

  • Falha na detecção ou na interpretação da entrada sensorial do ambiente ou do próprio corpo, ou seja, sentir frio ou calor, cansaço, fome e as luzes, os sons e as atividades simples, pode ser mais desafiador;
  • Hipersensibilidade – a criança precisa realizar maior esforço ou estar excitada para sentir qualquer tipo de estímulo, por isso, é comum ela ser agitada, estar sempre em movimento, gostar de barulho e cheirar tudo o que encontra ou;
  • Hiposensibilidade – ela tem mais facilidade para perceber os estímulos, à nível de as cores ficarem mais brilhantes e os sons, mais intensos, por exemplo. Neste caso, costumam ser mais seletivos com a comida, não gostam de barulho, nem de se sujar, são sensíveis à dor e reclamam de cheiros e da luz;
  • Intolerância a algumas roupas ou texturas, logo, precisam de vestes sem costura e que retirem as etiquetas, e acabam optando por tecidos que causem menor sensação de desconforto;
  • Aversão a alguns tipos de alimentos, devido à textura ou às cores;
  • Dificuldade para usar as habilidades motoras finas, como segurar o lápis ou a caneta, por exemplo;
  • Falta de adaptação para mudanças, como de atividades, de ambiente ou de casa.

Mas, Como É Feito o Diagnóstico?

O Diagnóstico do TPS é feito em conjunto: os pais descrevem como é o comportamento, quais são as dificuldades e os medos de seu filho, e, no consultório, o médico faz uma avaliação com o auxílio de questionários, testes das habilidades de processamento sensorial e de observações clínicas.

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Diante disso, ele classifica o quadro em uma ou mais das três categorias a seguir:

  • Transtorno de Modulação Sensorial: em que há dificuldade para regular grau, intensidade e natureza das respostas aos estímulos sofridos;
  • Transtorno de Discriminação Sensorial: caracterizado por um gasto de energia maior para interpretar a qualidade (diferenças e semelhanças) de cada estímulo;
  • Transtornos Motores com Base Sensorial: a criança apresenta dificuldade para absorver as informações do próprio corpo e a reagir de maneira condizente ao ambiente, como acontece com o distúrbio postural e com a Dispraxia (relacionada à idealização, criação, modificação e execução de ações).

Formas de Tratamento

Por se tratar de um tipo de transtorno, as crianças também podem apresentar, paralelamente, problemas emocionais, sociais e ainda sofrer interferência no aprendizado e na educação, como ter depressão, ansiedade, ficar mais agressivas, sentir dificuldade para se relacionarem ou para fazerem parte de um grupo, por exemplo.

Nestes casos de Transtorno de Processamento Sensorial são indicados, como formas de tratamento, a Terapia Ocupacional (TO), para auxiliar nas conexões e na integração sensorial, por meio de atividade e de brincadeiras ou, dependendo do caso, a Terapia Comportamental, que auxilia nos sintomas de depressão e de isolamento.

O Que Fazer Para Ajudar a Criança?

Diante disso, os pais podem auxiliar os seus filhos a minimizarem as suas dificuldades por meio de:

  • Brincadeiras ilimitadas, principalmente, atividades físicas ao ar livre, para que sintam sensações diferentes;
  • Descobrir qual tipo de contato físico toleram e utilizar o toque para reconfortá-los, por exemplo;
  • Mascar chiclete ajuda na concentração e no exercício de seis sistemas sensoriais (tátil, proprioceptivo – percepção da localização no espaço –, gustativo, olfativo, auditivo e interoceptivo – produzidas no interior do corpo);
  • Incentivar saltos em cama elástica, já que estimula diversas sensações simultaneamente, auxiliando assim, no aprendizado;
  • Mover-se mais rápida e eficientemente durante as trocas das sala de aula, para minimizar as distrações, contatos e ruídos, por exemplo.

Referências:

Neurologista Infantil SP - Compartilhe!