Mitos Sobre a Epilepsia Infantil. A Epilepsia Infantil é um transtorno neurológico que afeta muitas crianças ao redor do mundo, caracterizada por crises epilépticas recorrentes e cercada por uma série de mitos e equívocos que podem levar a mal-entendidos e estigmatização.

Desmistificar essas crenças é crucial para promover uma compreensão detalhada e precisa da condição, permitindo que famílias, educadores e sociedade em geral apoiem de uma forma adequada as crianças afetadas.

Neste texto, vamos explorar alguns dos mitos mais comuns sobre Epilepsia Infantil e fornecer informações baseadas em evidências para explicar a verdade.

Principais Mitos Sobre a Epilepsia Infantil

Mito 1: Todas as Crises Epilépticas são Iguais

As crises epilépticas podem variar amplamente em apresentação e intensidade, e são classificadas, principalmente, em duas categorias, sendo focais (ou parciais) e generalizadas.

Crises focais começam em uma área específica do cérebro e podem, ou não, afetar a consciência. Por outro lado, as crises generalizadas envolvem ambos os hemisférios cerebrais e, geralmente, afetam a consciência desde o início, podendo incluir movimentos tônico-clônicos, ausência (desconexão súbita) e mioclonias (sacudidelas súbitas).

Assim, cada tipo de crise tende a ter diferentes gatilhos, sintomas e requer abordagens de tratamento específicas.

Mito 2: Epilepsia é Causada por Possessão ou Comportamento Antissocial

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Este é um dos mitos mais antigos e prejudiciais sobre a epilepsia. Na verdade, trata-se de um distúrbio neurológico que resulta de uma atividade elétrica anormal no cérebro, podendo ser causada por múltiplos fatores, incluindo genética, lesões cerebrais, infecções no cérebro ou condições estruturais.

Não tem relação com possessão, comportamentos antissociais ou fatores sobrenaturais. Portanto, esse mito pode ocasionar estigmatização desnecessária e deve ser combatido com informação adequada.

Mito 3: Crianças com Epilepsia têm Desenvolvimento Intelectual Inferior

A epilepsia por si só não determina o desenvolvimento intelectual de uma criança, sendo que muitas delas têm inteligência acima ou dentro da média. No entanto, algumas formas de epilepsia podem coexistir com distúrbios de desenvolvimento que influenciam o aprendizado e comportamento.

A chave para os sucessos acadêmico e social dessas crianças, muitas vezes, reside em um diagnóstico precoce e manejo adequado das crises, além dos suportes educacional e social apropriados.

Mito 4: Durante uma Crise, a Criança pode Engolir a Própria Língua

Este mito é amplamente difundido, mas não é verdadeiro, uma vez que é fisicamente impossível engolir a língua. O que acontece é que, durante uma crise, a musculatura pode contrair-se involuntariamente, mas a colocação de objetos na boca dos pequenos para prevenir “engolir a língua” tende a causar mais dano, incluindo ferimentos nos dentes e na mandíbula. A melhor prática é garantir que a criança esteja em um lugar seguro e sem risco de machucar-se, e monitorá-la até que a crise passe.

Mito 5: Todos os Casos de Epilepsia são para a Vida Toda

Em muitos casos, especialmente em crianças, a epilepsia pode ser uma condição temporária, porque algumas formas de epilepsia infantil, como as autolimitadas, tendem a desaparecer à medida que elas crescem e com tratamento adequado, uma grande parte delas pode atingir um estado livre de crises.

No entanto, determinadas formas de epilepsia podem persistir na idade adulta, necessitando de tratamento contínuo. Por isso, prognósticos individuais variam e devem ser discutidos com profissionais de saúde.

Mito 6: Se uma Criança tem Epilepsia, Nunca Deve Praticar Esportes

Embora certas preocupações sejam necessárias, especialmente diante de esportes que envolvem alto risco de queda ou afogamento, muitas crianças com epilepsia podem e devem ser encorajadas a participarem de atividades físicas.

O exercício regular contribui para a saúde geral e o bem-estar, e pode diminuir o estresse, que é um potencial gatilho de crises. Então, consultar a neurologista da criança para discutir as atividades mais adequadas e seguras é sempre recomendável.

Mito 7: Todas as Crianças com Epilepsia Terão que Tomar Remédios a Vida Toda

O tratamento com medicamentos antiepilépticos é comum e, muitas vezes, necessário para controlar as crises, mas não é sempre vitalício, porque, em muitos casos, se a criança permanecer sem crises por um determinado período, a médica pode considerar reduzir gradualmente a medicação. Logo, a decisão de interromper o tratamento deve sempre ser supervisionada por uma profissional de saúde especializada para evitar riscos de recaída.

Mito 8: Epilepsia Impede uma Vida Normal e Bem-Sucedida

Muitas pessoas com epilepsia têm vidas plenas, normais e bem-sucedidas, porque as capacidades de sucesso e normalidade na vida não são definidas pela presença da condição.

Com tratamento adequado, apoio da comunidade e estratégias de manejo apropriadas, crianças com epilepsia podem alcançar seus objetivos acadêmicos, sociais e profissionais, muitas vezes, desafiando as expectativas associadas à epilepsia.

Mito 9: Epilepsia é uma Doença Contagiosa

A epilepsia não é contagiosa, ou seja, não pode ser transmitida de uma pessoa para outra por meio de contato físico ou qualquer outra forma. Esse mito prejudica profundamente as relações sociais das crianças com epilepsia, criando barreiras desnecessárias, porque a epilepsia é uma condição médica como muitas outras e a educação é a chave para superar esse estigma.

Mito 10: Não Há Mais Nada a Fazer Além de Tomar Medicamentos

Apesar de os medicamentos desempenharem um papel principal no tratamento da epilepsia, existem muitas outras abordagens complementares que podem ser exploradas.

Dietas especiais, como a cetogênica, cirurgias, dispositivos de estimulação e terapias comportamentais são algumas opções que tendem a ser consideradas, dependendo do tipo e da severidade da epilepsia infantil. E a constante inovação na pesquisa médica está fornecendo novas perspectivas e tratamentos.

Portanto, romper os Mitos e compreender as Verdades sobre a Epilepsia Infantil pode ajudar a construir uma sociedade mais inclusiva e compreensiva, porque ao fornecermos Informações corretas e Baseadas em Evidências podemos reduzir o estigma, promovendo um ambiente em que crianças com epilepsia recebam o apoio e as oportunidades que merecem.

Educar é a chave para a aceitação e inclusão, garantindo que todas as crianças, independentemente de sua condição, tenham a chance de prosperar e conquistar seus sonhos.

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