Estresse Infantil. Choro excessivo, desobediência, ansiedade, pesadelos constantes… A criança não entende o que está acontecendo, mas como pais, é importante aprenderem a ler os sinais. O estresse é uma reação do organismo diante de situações extremas (muito difíceis ou excitantes), que acaba acometendo tanto os adultos quanto as crianças também. E mais: ele pode se manifestar em meninos e em meninas de qualquer idade.

O estresse infantil se faz presente por meio de sintomas físicos ou psicológicos, e é comum os pais não saberem reconhecer que seu filho está estressado, já que, muitas vezes, os pequenos não conseguem expressar claramente o que sentem. Logo, eles acabam passando uma imagem de malcriados ou de birrentos, quando, na verdade, estão sofrendo a ação do estresse excessivo.

Continue acompanhando este artigo para saber mais sobre o Estresse Infantil, como identificá-lo e entender melhor qual é a melhor forma de ajudar o seu filho diante de um quadro como este.

Estresse Infantil

Estresse Infantil – Causas

O estresse infantil pode ter diversas causas. Mas, a mais comum é a separação dos pais, isso porque a criança não tem maturidade suficiente para lidar com a situação, que pode ser difícil ou delicada demais para ela. Outros fatores que costumam originar o estresse nas crianças são:

  • Nascimento de um novo irmão;
  • Adoecimento ou necessidade de internação hospitalar;
  • Excesso de responsabilidades e de informações;
  • Mudanças repentinas de escola, de cidade ou de residência;
  • Brigas familiares constantes;
  • Rejeição ou bullying entre colegas de escola ou parentes;
  • Conflito de informações, principalmente, por parte dos pais e/ou responsáveis, que são as suas principais referências no período da infância;
  • Perda de familiares próximos;
  • Dentre outros.

Além disso, experiências comuns também podem ser responsáveis pelo desencadeamento do estresse infantil, como a aproximação de datas comemorativas, tais como Natal, aniversários e feriados ou até mesmo alguma programação estimulante, porém desgastante, de uma viagem muito esperada ou de uma excursão escolar, por exemplo.

Estresse Infantil – Como Identificar os Sintomas

Como as crianças muitas vezes não sabem verbalizar que estão estressadas, cabe aos pais se atentarem às reações físicas e psicológicas consideradas como gatilhos para o estresse infantil.

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Logo, a exemplo das reações comportamentais, temos: ansiedade, desobediência, pesadelos noturnos, medo excessivo, impaciência, agressividade, insônia e choro ininterrupto. Já os sintomas físicos que podem ser considerados sinais de estresse são: tiques, gagueira, dores de cabeça e de barriga, diarreia crônica, falta de apetite, tensão muscular, bruxismo, náuseas e enurese noturna.

Estresse Infantil – Tratamento e Prevenção

O estresse infantil ainda não tem cura ou tratamento específico. No entanto, identificar as atividades causadoras da condição e reduzi-las pode amenizar o quadro. Além disso, é importante deixar a criança se desenvolver, para que, na fase adulta, ela não sinta dificuldade diante dessas situações.

Outro ponto a ser considerado é que os pequenos aprendem com o modo com que os adultos lidam com os acontecimentos. Se os seus pais respondem de forma angustiada ou ansiosa a situações estressantes, eles tendem a aprender a responder da mesma maneira.

Assim como, proteger ou cuidar demais da criança não faz com que ela crie habilidades para contornar situações. Os pais devem aceitar os desejos do(s) filho(s), claro, desde que haja coerência, e fazer com que se sintam aliviados e relaxados.

E introduzir esportes, como futebol e ginástica artística na rotina deles pode reduzir o seu nível de estresse, mas somente se as atividades físicas forem feitas sem maiores cobranças por parte de seus responsáveis.

Da mesma forma que é relevante considerar algumas das opções abaixo:

  • Diminuir e/ou restringir o uso de aparelhos eletrônicos, principalmente, 1h ou 2h antes de dormir (pode variar de acordo com a faixa etária da criança);
  • Auxiliar no seu desenvolvimento pessoal e emocional;
  • Deixar um tempo livre para poder brincar e descobrir o mundo ao seu redor;
  • Reduzir o número de tarefas diárias para não sobrecarregá-la.

Caso você venha a perceber algum comportamento diferente do habitual em seu filho, tente assimilar fatos recentes a esta mudança comportamental. Fiquem atentos a reações físicas, como humor alterado, introversão e medo excessivo, por exemplo. E, se necessário, busque a ajuda médica de um Neuropediatra, para que seu pequeno tenha o melhor atendimento, confirmando – ou não – o diagnóstico de estresse infantil.

Mas, se o quadro não se confirmar, é aconselhável deixar a criança livre de qualquer mal que possa estressá-la futuramente. E sempre que possível, divirta-se com seu(s) filho(s), afinal, isso também pode prevenir e/ou diminuir o seu estresse.

Referência: US National Library of Medicine

Artigo Publicado em: 20 set, 2017 e Atualizado em: 20 ago, 2020

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