Desenvolvimento da Fala. “Mamã”, “papá”, “ati”, “pepeta”… Só de lerem, já sentem o coração aquecer, os olhos ficam marejados e/ou ficam nostálgicos, não é mesmo?! Relembrar a primeira palavra sendo dita pelo seu/sua filho(a), afilhado(a) ou outra criança importante para vocês é tão mágico quanto o momento em si, mas sabem quais são os processos que ela enfrenta até chegar nesse momento glorioso?

Atualmente, os pesquisadores sabem que antes de um bebê começar a murmurar as suas primeiras palavras, aprende as regras da linguagem e só assim consegue perceber como os adultos, de um modo geral, a utilizam para se comunicar.

Continue acompanhando este artigo para saber como as Crianças desenvolvem a Fala, como podem ajudar e quando precisam ficar atentos a possíveis mudanças de comportamento.

Desenvolvimento da Fala – Primeiro Contato

Normalmente, os pequenos aprendem a falar durante o período dos dois primeiros anos de vida. É uma mistura de língua, lábios, céu da boca, cordas vocais e qualquer dente que esteja crescendo para produzir os primeiros sons. Em seguida, começam a murmurar e, logo após, emitem sons semelhantes a algumas palavras, como “mamã” e “papá”.

A partir desse momento, a criança internaliza todo e qualquer tipo de palavra que vocês e/ou as pessoas ao seu redor reproduzem. E, entre um e dois anos, começa a formar frases contendo, geralmente, duas ou três palavras.

O Início do Desenvolvimento da Fala

A primeira vez que o bebê se comunica é através do choro que emite ao nascer. Nesse momento, expressa o choque que sente ao sair de um local aconchegante, que é o útero, para um ambiente novo e desconhecido. A partir disso, começa a observar os sons, tons e as palavras pronunciadas por todos que o rodeiam, e aprende que um choro resulta em comida, carinho e companhia, por exemplo.

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Quando se depara com esses sinais, o pequeno está conhecendo e desenvolvendo outros dois sentidos: a visão e a audição. Quando ouve quem está por perto conversando, se atenta à boca e aprende os sons das palavras e como as frases são estruturadas.

Porém, muitos pesquisadores acreditam que a capacidade de compreensão da linguagem tem início ainda durante a gestação, quando se acostuma com os batimentos cardíacos de seu próprio coração e ao sintonizar e reconhecer a voz de seus pais e das pessoas que o cerca constantemente.

E que, somente depois do parto, é que, geralmente, consegue associar as vozes dos demais, como pode ser observado a seguir:

  • De 01 a 03 meses: o choro é a sua primeira forma de se comunicar. Os gritos agudos e ruídos costumam representar a fome; e os choramingos curtos e repetitivos, a necessidade de trocar as fraldas. Em seguida, são capazes de reconhecer as vozes das pessoas que as cercam e os pais já conseguem reconhecer os diferentes tipos de choro, porque ambos vão entendendo o que cada um proporciona, enquanto as crianças começam a suspirar e a distinguir algumas sílabas semelhantes, como o “ma” e o “na”;
  • 04 meses: seguem os sons com os olhos, dão risadas e emitem sons ao brincar, respondem às mudanças no tom de voz e prestam atenção nas músicas. Assim como começam a balbuciar uma combinação de consoantes e vogais, como os famosos “mamã” e “papá”, o que acaba se tornando uma diversão quando descobrem que são eles que estão emitindo todos esses sons e tendem a repeti-los com uma maior frequência;
  • Dos 06 aos 09 meses: as palavras e os sons pronunciados começam a fazer mais sentido, já que há uma semelhança com a emissão feita pelos adultos, principalmente se forem inseridos em uma rotina, como o momento do banho, por isso é importante que os seus responsáveis estimulem a leitura, o canto e a conversa enquanto ainda são recém-nascidos;
  • De um ano a um ano e 05 meses: nessa fase da vida, já são capazes de compreender os significados das palavras e começam a emiti-las em forma de pergunta quando desejam alguma coisa, assim como entendem a importância da fala e do poder de expressarem suas necessidades;
  • De um ano e meio a dois anos: as crianças expandem o seu vocabulário e a partir disso, juntam duas ou três palavras, apontam para o que querem, fazem gestos afirmativos ou em negativa, pedem alimentos conhecidos pelo nome, imitam os animais, formam frases e cantam músicas fáceis;
  • De dois a três anos: começam a entender o uso dos pronomes, aumentam o seu vocabulário e formam frases simples e completas acompanhadas de gestos e instruções. Assim como respondem a uma pergunta imediatamente, ajustam o tom, antecipam situações ao identificar palavras ou objetos específicos, e sofisticam e adaptam a fala de acordo com quem estão conversando, por exemplo. E, somente a partir dessa faixa etária, os pais podem começar a corrigir, por meio da repetição (de forma correta), as palavras ou concordâncias, mas sem advertir e cobrar sobre os erros cometidos;
  • Dos três anos em diante: a partir dessa idade, a tendência é ficarem cada vez mais falantes, a ponto de compartilharem as novidades e os acontecimentos da escola ou de qualquer fato que ocupe as suas mentes. Sem contar que aos cinco, já dominam o sistema de sons e da gramática do idioma no qual estão inseridos, e conseguem se comunicar mais facilmente com os outros.

Desenvolvimento da Fala e as Maneiras de Incentivar a Criança

Pesquisas apontam que as melhores formas de ajudar e incentivar os filhos a falarem envolvem conversar, ler e cantar, principalmente ainda durante a gestação, e em seu tom usual, já que é dessa forma que aprendem e interiorizam tudo o que precisam.

Sem contar as experiências que adquirem ao conviver com outras pessoas, como crianças, familiares, amigos e educadores, que são capazes de oferecer outras palavras e sotaques para o vocabulário que se encontra em constante formação.

Outras orientações incluem:

  • Apresentar novos sons e o que significam, como a campainha e os emitidos por animais, por exemplo;
  • Introduzir palavras novas por meio de experiências envolvendo comida, passeios e a própria casa (como ao ensinar que algum objeto ou animal está em cima e embaixo da mesa);
  • Orientar em relação às categorias correspondentes (alimento, vestimenta, brinquedo, etc);
  • Explorar os cinco sentidos e relacionar o que pode ser feito com cada um, como as músicas, os objetos macios, experimentar sabores, entre outros exemplos que façam parte da rotina da família e sejam adequados para o grau de dificuldade da criança.

Desenvolvimento da Fala – Quando se Preocupar?

Quando o bebê apresenta algum problema de audição, para de balbuciar por volta dos seis meses, não emite nenhum som e não olha nos olhos ao atingir essa idade, é importante procurar um médico especialista, como o neuropediatra.

Apesar de cada criança ter o seu próprio tempo, se ela não falar ou não pronunciar nenhuma palavra até um ano e três meses, é importante solicitar uma avaliação médica para que possam identificar ou não qualquer tipo de problema.

Caso, até os três anos, pule consoantes ou substitua um som ou uma sílaba por outra, é recomendado que procurem um especialista para que, dependendo do caso, indique um fonoaudiólogo.

E por mais que a gagueira seja comum nessa fase de transição ou pelo fato de o raciocínio ser mais rápido do que a mecânica da fala, é válido se atentarem caso se repita com frequência.

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Artigo Publicado em: 17 maio, 2017 e Atualizado em: 21 de julho de 2022

Neurologista Infantil SP - Compartilhe!