A comunicação do bebê com os pais se dá desde os primeiros dias de vida: embora ainda não saiba falar, ele se comunica através de choros, olhares e sorrisos. As primeiras palavras, tão esperadas, aparecem por volta de um ano de idade da criança.
Partindo das primeiras palavras, a fala começa a se desenvolver gradativamente até que, por volta dos dois anos, a criança já consegue produzir frases e emitir praticamente todos os tipos de sons. Mas… e quando o processo de desenvolvimento da fala atrasa?
O período de desenvolvimento da fala e da comunicação varia muito de criança para criança, portanto, variações são naturais. Contudo, é importante ficar alerta e identificar quando a criança apresenta anormalidade no desenvolvimento da fala.
Atraso na Fala – Como Identificar
Após o nascimento da criança, conforme o tempo passa e os pais notam atraso na fala do filho, é importante começar a investigar e analisar alguns aspectos, como sua capacidade de aprender, brincar, interagir e socializar.
É importante ressaltar que cada criança é única e a avaliação deve levar em conta suas especificidades, facilidades e dificuldades, para a prescrição da terapia adequada. O auxílio médico é necessário para diagnosticar com propriedade se há, de fato, atraso na fala da criança, o que pode ser indicativo de problemas mais graves.
Atraso na Fala – Causas Principais
O atraso na fala de uma criança pode estar associado a diversos fatores. Conheça os principais:
- Perda auditiva;
- Falta de estímulos adequados dos pais;
- Uso excessivo de aparelhos tecnológicos (televisão, celular e tablet);
- Falta de brincadeiras com outras crianças;
- Dificuldades cognitivas (déficit de atenção, concentração, aprendizagem…);
- Síndromes genéticas;
- Epilepsia;
- Dificuldades na motricidade oral;
- Maus hábitos alimentares, como ausência do hábito de mastigar;
- Transtornos do espectro do autismo e outros transtornos do neurodesenvolvimento;
- Mutismo seletivo;
- Distúrbio Específico de Linguagem (DEL);
- Apraxia da fala.
Apraxia da Fala
O processo de produção da fala requer coordenação motora do indivíduo, para sincronizar as funções das estruturas envolvidas, como a boca, a língua e as pregas vocais. O processo de formular uma frase, por exemplo, é altamente complexo, por mais que não pareça.
Algumas crianças apresentam uma grande dificuldade nesse processo, devido a uma condição denominada apraxia da fala: a criança quer falar, mas não consegue.
A apraxia da fala trata-se de um distúrbio neurológico motor que prejudica a produção dos sons da fala. A criança portadora do distúrbio apresenta um déficit na capacidade de planejar os movimentos da fala, uma vez que o cérebro não envia adequadamente os comandos para que os músculos responsáveis pela fala exerçam suas funções.
Atraso na Fala – O que fazer?
No ambiente familiar, o primeiro passo a ser dado é diminuir a exposição da criança à telas (televisão, celular e tablet). Segundo a Academia Americana de Pediatria, crianças de 0 à 2 anos não devem ser expostas à telas. Dos 2 aos 5 anos, recomenda-se apenas 1 hora por dia de televisão, celular ou tablet. Isso já garante uma exposição maior da criança aos familiares, o que garante estímulo mais adequado.
Após, segue a etapa do diagnóstico clínico do atraso na fala, em que o médico analisa, durante um período de tempo, as características da criança com precisão.
Em alguns casos, o diagnóstico requer a avaliação de diversos especialistas, como o fonoaudiólogo e o neuropediatra. Somente eles poderão confirmar o atraso na fala com propriedade. O diagnóstico precoce é um fator determinante na eficácia do tratamento dessas crianças.
Referência:
https://jamanetwork.com/journals/jamapediatrics/fullarticle/2399489
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