O Que é Paralisia Cerebral?: A Paralisia Cerebral é uma lesão cerebral que ocorre, em geral, quando falta oxigênio no cérebro do bebê durante a gestação, no parto ou até dois anos após o nascimento – neste caso, pode ser provocada por traumatismos, envenenamentos ou doenças graves, como sarampo ou meningite.
Trata-se de uma condição progressiva que pode acarretar alterações Cerebrais permanentes, capazes de comprometer o desenvolvimento físico/motor da criança.
O Que é Paralisia Cerebral?
A paralisia cerebral configura o quadro clínico mais comum – e mais incapacitante – que ocorre na infância: atualmente, há cerca de 17 milhões de casos de paralisia cerebral registrados em todo o mundo.
Segundo dados fornecidos pelo movimento internacional World Cerebral Palsy Day (Dia Mundial da Paralisia Cerebral, celebrado anualmente em 6 de outubro), uma em cada quatro crianças diagnosticadas não fala, uma em cada três não anda e uma em cada duas apresenta deficiência intelectual. A paralisia cerebral compromete significativamente o desempenho do paciente nas atividades cotidianas.
Saiba Mais Sobre a Paralisia Cerebral
Dependendo do local do cérebro onde ocorre a lesão e do número de células atingidas, a paralisia cerebral danifica o funcionamento de diferentes partes do corpo. A principal característica é a espasticidade, um desequilíbrio na contenção muscular que causa tensão e inclui dificuldades de força e equilíbrio.
Em outras palavras, a lesão provoca alterações no tônus muscular e o comprometimento da coordenação motora. Em alguns casos, há também problemas
- na fala,
- na visão e
- na audição.
Ter uma lesão cerebral não significa, necessariamente, ser acometido de danos intelectuais, mas em 75% dos casos as crianças com paralisia cerebral acabam sofrendo comprometimentos cognitivos.
A condição prejudica, sobretudo, o movimento e a postura dos pacientes. A rigidez muscular, por exemplo, é um dos sintomas mais característicos da paralisia cerebral, podendo reduzir a amplitude de movimento da criança e até impedi-la de caminhar.
A paralisia cerebral pode ser classificada em leve, moderada ou grave, de acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS). A gravidade do quadro está proporcionalmente relacionada à extensão do dano cerebral: quanto mais extensa for a lesão, mais graves tendem a ser seus efeitos.
A gravidade dos sintomas varia muito de caso para caso: algumas apresentam significativas perdas das habilidades funcionais, outras não. Por isso, há casos de crianças que não conseguem caminhar, enquanto outras conseguem; algumas demonstram normalidade nas suas funções intelectuais, ao passo que outras apresentam deficiência. Por isso, cada caso deve ser analisado isoladamente, pois pode apresentar-se como um problema apenas motor, cognitivo ou misto (quanto tanto o desenvolvimento motor quanto o cognitivo são afetados).
Sintomas da Paralisia Cerebral
As alterações motoras provenientes da paralisia cerebral incluem problemas na marcha (podendo provocar a paralisia das pernas), hemiplegia (fraqueza em um dos lados do corpo), distonia (contração involuntária dos membros) e alterações do tônus muscular (espasticidade caracterizada por rigidez dos músculos). Em casos mais graves, as limitações desencadeadas pelos sintomas motores podem exigir o uso de uma cadeira de rodas.
Já as alterações neurológicas incluem prejuízos na fala, no comportamento, no raciocínio e na interação social, além da possível ocorrência de convulsões.
Ademais, os sintomas da paralisia cerebral também podem incluir dificuldade de deglutição, Atraso no Desenvolvimento da Fala ou dificuldade em falar, desequilíbrio no músculo do olho e dificuldade com movimentos precisos (como manipular um lápis, por exemplo). Os sintomas podem restringir-se apenas a uma metade do corpo, podendo afetar também o corpo inteiro.
Embora os quadros mais graves de paralisia possam impor limitações no cotidiano do paciente, é possível que o indivíduo trabalhe, estude, se relacione e viva uma vida comum à de quem não sofre com a deficiência, por meio do tratamento adequado.
Causas da Paralisia Cerebral
Além da falta de oxigenação, existem outros fatores menos comuns que podem originar a paralisia cerebral, tais como:
- Anormalidades na placenta ou no cordão umbilical;
- Infecções durante a gestação, capazes de comprometer o desenvolvimento do sistema nervoso do feto;
- Diabetes;
- Hipertensão na gravidez (eclâmpsia);
- Desnutrição;
- Uso de drogas e álcool durante a gestação;
- Trauma físico e metabólico durante o parto;
- Hemorragia no parto;
- Trauma craniano significativo no parto;
- Hipoglicemia (baixa concentração de glicose no sangue) do feto;
- Complicações genéticas;
- Prematuridade com consequente fragilidade vascular.
Diagnóstico da Paralisia Cerebral
Os sintomas da paralisia cerebral podem se agravar ao longo do tempo quando não adequadamente tratados, com ênfase no encurtamento dos músculos e na rigidez muscular. Por isso, é importante manter o acompanhamento médico do seu filho durante toda a infância, realizando visitas regulares a um neuropediatra de confiança. Assim, qualquer desordem ou atraso em seu desenvolvimento poderá ser precocemente diagnosticado.
A paralisia cerebral pode ser diagnosticada muito cedo, pois manifesta-se já na primeira semana de vida do bebê. Por isso, o acompanhamento médico durante este período é fundamental.
O diagnóstico clínico da paralisia infantil se dá com base na análise das alterações posturais e de movimento da criança. Exames complementares geralmente são solicitados para descartar as demais possíveis causas dos sintomas.
Se você notar qualquer alteração suspeita de movimento/postura do seu filho, como ausência de agitação, ausência de movimento das pernas ou postura corporal assimétrica, consulte imediatamente um profissional para investigar a causa. O diagnóstico precoce da paralisia é determinante na eficácia do tratamento.
Tratamento da Paralisia Cerebral
Na maioria dos casos, os sintomas da paralisia cerebral podem ser efetivamente administrados. O tratamento adequado permite que a criança leve uma vida rica e produtiva.
A escolha do tratamento varia de acordo com a gravidade do quadro, as limitações de cada paciente e as dificuldades enfrentadas por eles. Seu objetivo é promover a autonomia do indivíduo e o melhor convívio possível com a deficiência.
As opções terapêuticas incluem medicação, fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, terapia recreativa e procedimentos cirúrgicos. Vale ressaltar que cada caso de paralisia deve ser analisado isoladamente, a fim de identificar o tratamento mais adequado para cada criança, considerando as especificidades do seu quadro.
Além disso, é importante ressaltar também a importância do acompanhamento médico da mulher durante toda a gestação. Se você estiver inserida em um grupo de risco, as estratégias de prevenção da paralisia infantil do bebê devem ser traçadas desde cedo. É possível tomar algumas medidas para evitar um nascimento prematuro, por exemplo, diminuindo o risco da deficiência.
Para mais informações, marque uma Consulta ou procure um neurologista Infantil ou Neuropediatra de Confiança.
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Artigo publicado em: 31/08/2017.
Artigo atualizado em: 04/04/2019.
Fontes de Utilizadas
Por: Dra. Paula Girotto
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