Plasticidade Cerebral na Infância. Sabe quando alguém diz que o seu comportamento ou da sua filha está diferente? Ou que as crianças aprendem com mais facilidade do que os adultos? Sem contar nas inúmeras vezes em que comparou a quantidade de aprendizados da infância em relação ao momento da vida em que se encontra hoje?!
Apesar de já ter dito que as comparações não são saudáveis, neste caso, elas servem para ressaltar ainda mais a importância de cuidarmos bem das crianças. Isso, porque é nessa fase da vida que o cérebro está se desenvolvendo.
E eu te explico melhor a seguir. Continue acompanhando este artigo para saber mais sobre a Plasticidade Cerebral na Infância e como ela influencia no desenvolvimento dos pequenos.
Entendendo o Conceito de Plasticidade Cerebral
A Plasticidade Cerebral, também conhecida como neuroplasticidade, refere-se à habilidade e à extensão em que o cérebro pode ser remodelado, o que possibilita um processo dinâmico e multidisciplinar de construção, de aquisição e da interação de novas competências (sensório-motor, cognição / linguagem e socioemocional) durante todo o desenvolvimento infantil.
Ela pode ocorrer durante toda a vida, sendo mais intensa nos primeiros anos de existência do indivíduo, e por meio de mecanismos, como a influência genética e a experiência do ambiente em que a criança está inserida.
Logo, qualquer tipo de perturbação interna (diretamente na pessoa) ou externa impacta nesta área. Por exemplo, quando o pequeno está passando por um período sensível, há uma maior plasticidade, o que acaba proporcionando uma maior aquisição de habilidades, como uma janela de oportunidades para novas experiências ou intervenções.
Além disso, a plasticidade cerebral pode ser dividida em dois tipos:
- Funcional: caracterizada pela capacidade de o cérebro mover as funções de uma área danificada para outras que não estejam comprometidas;
- Estrutural: quando o cérebro consegue mudar sua estrutura física como consequência do seu aprendizado.
Fatores Que Influenciam a Plasticidade Cerebral na Infância
Como a plasticidade cerebral é um processo contínuo e dinâmico, que tem o seu início antes mesmo do nascimento e permanece até meados da vida adulta – já que vai perdendo a sua forma gradualmente –, ela acaba sofrendo influências positivas e negativas a todo o momento.
A exemplo destes fatores podemos citar:
- Momentos com a família;
- Estresse;
- Aprender coisas / informações novas;
- Drogas;
- Brincadeiras;
- Amizades;
- Passar por novas experiências;
- Estimulação de atividades e de novos idiomas;
- Restringir as ações;
- Entre outros.
Dito isso, eu quero deixar claro que não estou aqui para ensiná-los a educar seu filho, porém, é preciso tomar cuidado com o que falamos e com a forma que reagimos perto das crianças, já que elas estão sempre nos imitando e absorvendo tudo ao redor facilmente, graças a esta plasticidade que começa a perder força a partir da puberdade.
Funcionamento da Plasticidade Cerebral
Conforme citado anteriormente, a plasticidade cerebral vai perdendo força com o passar do tempo. Isso acontece por causa da poda sináptica, em que, à medida que vamos adquirindo novas experiências e aprendizados, algumas conexões (neurônios utilizados com mais frequência) acabam sendo fortalecidas, enquanto que outras vão sendo eliminadas.
Além disso, essas alterações podem ser resultados de um dano cerebral, já que, as áreas saudáveis podem assumir ou restaurar as funções comprometidas pela danificação da condição médica em questão.
Da mesma forma que o cérebro tende a ser influenciado por substâncias psicoativas ou por condições patológicas, causando assim, efeitos prejudiciais à ele e ao comportamento da criança.
E ao estar me referindo a fatores que são mais associados a jovens e adultos, isso não impede que eles sejam passados geneticamente e nem funcionem como uma interferência externa para o pequeno.
Por isso que eu digo que a infância é uma fase sensível e que merece toda atenção possível por parte dos pais, dos responsáveis e dos profissionais envolvidos nos cuidados e no desenvolvimento da criança.
Referência: Journal of the Canadian Academy of Child and Adolescent Psychiatry
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