A Epilepsia Infantil é um distúrbio neurológico caracterizado por crises epilépticas recorrentes, estas crises são eventos súbitos causados por descargas elétricas excessivas e anormais no cérebro.

Compreender os diferentes Tipos de Epilepsia Infantil e seus Sintomas é crucial para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz. As epilepsias são, geralmente, categorizadas em dois grandes grupos: epilepsias focais e generalizadas. Neste artigo, saiba diferenciar suas definições.

Epilepsia Focal

A epilepsia focal ocorre quando as crises começam em uma área específica do cérebro. Na infância, esse tipo de epilepsia pode ser dividido em duas categorias principais: epilepsias autolimitadas da infância e estruturais devido às intercorrências neonatais ou malformações:

Epilepsias Autolimitadas da Infância

Essas são formas idiopáticas de epilepsia focal que, geralmente, desaparecem à medida que a criança cresce. Um exemplo é a Epilepsia Autolimitada com Descargas Centrotemporais (SeLECTS), antigamente chamada de Epilepsia Rolândica, caracterizada por crises focais diurnas sem perda da consciência e tônico-clônicas bilaterais noturnas.

Pode-se incluir nestes episódios rigidez ou crises de um lado do rosto, assim como dificuldades na fala. As crianças afetadas por esse tipo de epilepsia mantêm um desenvolvimento normal e, geralmente, crescem e tornam-se adultos saudáveis sem necessidade de tratamento contínuo.

Epilepsias Estruturais

Esse subtipo é resultado de possíveis alterações estruturais no cérebro que podem ser causadas por intercorrências neonatais, como lesões no cérebro ao nascimento, infecções ou devido às malformações congênitas, por exemplo.

  • Intercorrências Neonatais: São eventos que ocorrem no período perinatal, como hipóxia neonatal (diminuição ou ausência de oxigênio no cérebro), levando a uma alteração estrutural no cérebro. Dependendo do grau de dano cerebral, as crises podem variar de leves a severas;
  • Malformações Cerebrais: Incluem condições como a displasia cortical, em que a estrutura do cérebro não se formou corretamente. As crises, neste caso, podem ser frequentes e difíceis de controlar sem intervenção médica.
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Os sintomas das epilepsias focais podem variar dependendo da localização do foco epiléptico, eles podem incluir alterações motoras, sensoriais ou autonômicas, além de manifestações comportamentais.

Epilepsia Generalizada

A epilepsia generalizada envolve crises que afetam ambos os hemisférios cerebrais desde o início. Entre as epilepsias generalizadas, três tipos principais são frequentemente observados na infância e adolescência:

Epilepsia de Ausência da Infância

Esta condição é caracterizada por episódios momentâneos de ‘desligamento’ ou ‘ausência‘ que duram alguns segundos (5-15 segundos). A criança pode parecer estar olhando fixamente à frente ou piscando repetidamente, e não responderá até que a crise termine.

Apesar de sua brevidade, essas crises podem ocorrer várias vezes ao decorrer do dia e são frequentemente confundidas com distração ou desatenção normal. A detecção precoce permite um tratamento eficaz com medicamentos que, muitas vezes, controlam as crises de forma eficaz.

Epilepsia de Ausência Juvenil

Semelhante à epilepsia de ausência da infância, este tipo começa mais tarde, geralmente na adolescência. As ausências podem ser acompanhadas por crises tônico-clônicas, que são mais pronunciadas do que aquelas observadas na infância, podendo ter movimentos leves e repetitivos, e, em alguns casos, pequenos movimentos bruscos.

O tratamento, geralmente, envolve o uso de medicações antiepilépticas para controlar tanto os episódios de ausência quanto qualquer crise tônico-clônica secundária.

Epilepsia Mioclônica Juvenil

Esta epilepsia é caracterizada por crises mioclônicas rápidas e abruptas (“choques”, abalos musculares rápidos), geralmente afetando os braços e a parte superior do corpo.

Essas crises tendem a ocorrer logo após o despertar e podem ser seguidas por crises tônico-clônicas generalizadas, também podem ser acompanhadas por ausências. O início é típico na adolescência e, em muitos casos, o tratamento é necessário ao longo da vida para prevenir as crises.

Diferenciando os Tipos de Epilepsia

A diferenciação entre os tipos de epilepsia é baseada em fatores críticos como a idade de início, o tipo de crise, a resposta ao tratamento e quaisquer características associadas, como déficits de desenvolvimento ou alteração na imagem cerebral, veja:

  • Idade de Início: Ajuda a determinar o tipo provável de epilepsia. Por exemplo, crises de ausência tipicamente começam entre os 4 e 10 anos de idade;
  • Tipo de Crise: A descrição das crises por parte dos pais, responsáveis ou cuidadores é essencial para auxiliar os médicos. As crises focais podem ter manifestações mais localizadas, enquanto as generalizadas podem afetar a consciência e causar movimentos descontrolados de todo o corpo;
  • Imagens Neurológicas e Exames: Ocasionalmente, exames adicionais como o EEG (eletroencefalograma) ou RM (ressonância magnética) são usados para identificar anormalidades específicas no cérebro.

A compreensão adquirida sobre as particularidades dos diferentes tipos de epilepsia infantil permite que pais, responsáveis e cuidadores colaborem mais efetivamente com profissionais de saúde na gestão da condição de seus filhos.

Logo, um diagnóstico preciso auxilia tanto na escolha do tratamento adequado quanto no apoio à criança para que esta possa ter qualidade de vida e desenvolvimento pleno.

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