A prematuridade é um grave problema de saúde pública no Brasil. Ela ocorre quando uma criança nasce antes de completar 37 semanas gestacionais, trazendo consigo problemas inerentes, além de complicações a longo prazo resultantes dos cuidados intensivos necessários para promover sua sobrevivência. Neste artigo, serão abordados pontos relacionados a possíveis complicações neurológicas que bebês prematuros podem vir a desenvolver.
O Que É uma Criança Prematura
Bebês prematuros são aqueles que nascem muito antes da data prevista, seja espontaneamente ou por indicação médica. Como ainda não têm o seu organismo completamente formado, crianças prematuras são mais propensas a terem complicações futuras.
Hoje, a prematuridade continua sendo uma das principais causas de óbitos neonatais em países desenvolvidos, sendo responsável por 60% da mortalidade infantil em crianças sem nenhuma anomalia congênita.
Prematuridade e Complicações Neurológicas
As complicações neurológicas que uma criança prematura pode vir a ter estão relacionadas ao pré e pós-parto, já que o desenvolvimento do sistema nervoso ocorre no começo da gestação. Uma criança prematura geralmente nasce com uma alta demanda de energia para o cérebro, tornando-o assim mais vulnerável a lesões, principalmente quando colocado em situações de estresse, como a redução de oxigênio durante o parto.
Outros problemas – como hemorragias intracranianas e isquemia cerebral – também podem comprometer o sistema nervoso ainda imaturo da criança.
Prematuridade e Complicações Neurológicas – Estudo
Com o passar dos anos, muitos pesquisadores demonstraram interesses em diversas áreas da prematuridade, incluindo seus efeitos neuropsicológicos, cognitivos e neurológicos.
O estudo publicado pela revista Neurociências, intitulado “Avaliação neurológica de recém-nascidos pré termo: correlação com fatores de risco neonatais”, reuniu 20 recém-nascidos pré termo (RNPT) selecionados aleatoriamente, de maneira consecutiva, durante um período de 10 meses, a fim de avaliar seu estado neurológico com registros de intercorrências no período neonatal e verificar se desempenhos abaixo do esperado estavam correlacionados com tais eventos, seguindo os seguintes critérios:
- Idade gestacional do nascimento inferior a 37 semanas e entre 37 e 42 semanas no momento da avaliação;
- Registro em prontuário de intercorrências no período neonatal;
- Não estar em ventilação mecânica no momento da avaliação;
Foi observado que em relação aos fatores de risco para disfunções neurológicas e consequentes desempenhos abaixo do esperado na avaliação, a hemorragia intracraniana é o principal fator, sendo suas manifestações mais comuns as hemorragias peri-intraventriculares. Ou seja, as baixas pontuações na avaliação reiteram a literatura científica no tocante ao alto risco de RNPT desenvolverem complicações no período neonatal, com consequentes repercussões neurológicas.
Prematuridade e Complicações Neurológicas em Longo Prazo
Em longo prazo, os problemas neurológicos mais comuns em bebês prematuros podem incluir:
- Paralisia Cerebral: Desordem causada por uma lesão cerebral que afeta os movimentos, o tônus muscular ou a postura da criança.
- Comprometimento Cognitivo: Desenvolvimento mais lento e maiores dificuldades de aprendizagem em relação aos bebês a termo (não prematuros).
- Comprometimento no aprendizado: essas crianças têm mais chances de apresentarem distúbios como dislexia, déficit de atenção e hiperatividade.
As dificuldades a longo prazo podem ser minimizadas com a ajuda de familiares e profissionais especializados, pois estes entenderão melhor os aspectos que influenciam no desenvolvimento da criança.
Se seu filho nascer antes da 37º semana de gestação, siga as orientações dadas pelo seu médico e mantenha um acompanhamento regular do desenvolvimento da criança, a fim de identificar possíveis danos neurológicos precocemente.
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