Pode ser divertido ou passar despercebido quando crianças andam desajeitadamente, colidem com objetos ou pessoas, caem frequentemente e agem impulsivamente. No entanto, é crucial estar atento, especialmente quando essas características se manifestam de forma persistente em crianças mais velhas, pois podem ser sinais de problemas de coordenação motora.
Continue lendo para obter informações sobre como reconhecer esses problemas e entender se isso pode estar afetando seu/sua filho(a).
Entendendo a Coordenação Motora
A coordenação motora engloba habilidades essenciais como andar, correr e pular de maneira suave e controlada. Crianças que possuem boa consciência corporal, destreza em atividades esportivas e movimentos ágeis com poucas quedas também exibem essa característica. No entanto, quando surgem atrasos motores, dificuldades para correr, segurar objetos como talheres ou lápis, ou quando os movimentos parecem desengonçados, é importante considerar a possibilidade de um problema de coordenação motora.
Essas dificuldades surgem devido a falhas na comunicação dos sinais cerebrais para os membros responsáveis pela execução dos movimentos de maneira suave e natural.
Nesse sentido, as crianças podem apresentar problemas em dois tipos de habilidades motoras, a saber:
- Habilidade motora grossa: relacionada aos movimentos amplos do corpo no espaço;
- Habilidade motora fina: envolvendo ações realizadas pelos membros superiores, como escrever à mão ou manusear objetos pequenos.
Sinais de Problemas de Coordenação
Na infância, problemas de coordenação motora podem ser identificados por meio dos seguintes sinais:
- Dificuldade para caminhar ou correr devido a desequilíbrio;
- Má postura, incluindo sentar-se inadequadamente, movimentos desajeitados ou inclinação excessiva;
- Colisões frequentes com objetos ou pessoas;
- Dificuldade em abotoar roupas ou amarrar sapatos;
- Quedas frequentes;
- Tendência a derrubar objetos;
- Dificuldade em realizar tarefas na presença de outras pessoas;
- Receio de participar de atividades por medo de se machucar;
- Vergonha devido à falta de habilidade em esportes;
- Dificuldade em usar ambos os lados do corpo eficazmente para uma tarefa;
- Maior risco de se machucar durante corridas;
- Dificuldade em manter uma fila única;
- Problemas de percepção espacial;
- Outros sinais variando de acordo com a idade da criança.
Crianças com problemas de coordenação motora tendem a ter mais inchaços, hematomas e lesões do que outras crianças. Esses problemas também podem estar relacionados a dificuldades de aprendizado, incluindo:
- Disgrafia: dificuldades na escrita devido a problemas de processamento visual ou motor;
- Discalculia: dificuldades na aprendizagem matemática;
- Dislexia: dificuldades na leitura.
Possíveis Causas
Problemas de coordenação motora podem ter várias causas, como:
- Paralisia cerebral: afeta movimento, equilíbrio e postura;
- Apraxia motora: movimentos forçados ou afetados que prejudicam a coordenação;
- Dificuldade no planejamento motor: dificuldade em planejar e executar movimentos coordenados;
- Dificuldade na percepção de profundidade: afeta a compreensão do espaço;
- Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação: resulta em dispraxia motora ou dificuldades de aprendizado motor;
- Deficiência visual: afeta a coordenação, especialmente em relação ao espaço;
- Transtorno do Espectro Autista (TEA): pode afetar a coordenação, embora não seja uma característica central do TEA;
- Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH): comportamento desajeitado pode estar presente devido à impulsividade e alta atividade.
Quando Buscar Ajuda Especializada?
Dada a complexidade dos problemas de coordenação motora, que podem estar relacionados a várias condições médicas, características individuais e fatores sociais, é essencial manter um acompanhamento com um neuropediatra confiável para obter diagnósticos precisos e tratamentos adequados.
Intervenções
Além disso, considerando as características mencionadas, os pais ou responsáveis podem ser aconselhados pelo neuropediatra a encaminhar a criança para fisioterapia, visando desenvolver habilidades motoras amplas, e para terapia ocupacional, que aborda a coordenação motora fina, controle e necessidades sensoriais.
A colaboração com psicólogos ou neuropsicólogos também pode ser benéfica para avaliar a saúde mental, frequentemente afetada por preocupações relacionadas à socialização e atenção.
É comum que o profissional sugira a participação em outras atividades, como dança, natação, ginástica ou artes marciais, para aumentar a confiança e a força física, especialmente se a criança receber suporte individualizado e começar pelo nível iniciante.
Além disso, é interessante criar oportunidades para a prática de habilidades motoras, como brincadeiras em playgrounds e jogos online, e estabelecer lembretes visuais para realizar tarefas.
É fundamental que a criança participe de consultas regulares e que os pais ou responsáveis procurem um Neuropediatra ao notarem sinais atípicos para a idade da criança, incluindo problemas de coordenação motora, para que as medidas necessárias possam ser tomadas pelo neuropediatra e outros profissionais especializados.
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